Quando FIFA anunciou a Copa do Mundo Feminina Sub‑17 Marrocos 2025Rabat com 24 seleções, a notícia ecoou nos campos de treinamento do Brasil. No dia 17 de outubro, a Seleção Brasileira Feminina Sub‑17 abrirá a competição enfrentando as anfitriãs marroquinas, em partida que promete ser o ponto de partida de uma campanha em busca do primeiro pódio histórico.
Formato ampliado e importância continental
Esta é a primeira edição da competição juvenil feminina inteira realizada na África e, sobretudo, a primeira com 24 equipes ao invés das tradicionais 16. O aumento reflete a estratégia da FIFA de ampliar a representatividade continental, distribuindo vagas da seguinte forma: quatro da AFC, cinco da CAF (incluindo o Marrocos como sede), quatro da CONCACAF, quatro da CONMEBOL, cinco da UEFA e duas da OFC. Cada grupo conta com quatro seleções; os dois primeiros de cada um dos seis grupos avançam automaticamente, e ainda os quatro melhores terceiros garantem vaga nas oitavas de final, totalizando 16 equipes na fase eliminatória.
Calendário e locais das partidas
O torneio terá início em Rabat e também ocorrerá em Salé, nas instalações da Football Academy Mohammed VI (campos 1 e 2). O grupo A, que inclui Brasil, Marrocos, Itália e Costa Rica, disputará a partida inaugural às 13h (horário local). A segunda rodada do Grupo A está marcada para 22 de outubro, enquanto a terceira será no dia 25 de outubro. O restante dos grupos segue calendário semelhante, com jogos de destaque como Estados Unidos x Noruega (Grupo C) e Nigéria x França (Grupo D) nas mesmas instalações de Salé.
Preparação da Amarelinha
A caminhada até Marrocos começou ainda em setembro, quando a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) reuniu 29 atletas na Granja Comary, em Teresópolis, entre 24 de setembro e 7 de outubro. Sob o comando da técnica Ludmila da Silva, a equipe trabalhou intensamente em aspectos táticos e físicos, enfatizando a rapidez de transição e a disciplina defensiva. Após o período de concentração, o grupo embarcou para o Marrocos ainda antes da abertura oficial, permitindo um ajuste ao fuso horário e ao clima árido da capital.
Desafios e expectativas para o Brasil
Historicamente, a "Amarelinha" ainda não conseguiu subir ao pódio em nenhuma das sete participações anteriores. O maior feito foi chegar às quartas de final em 2021, mas a meta para 2025 é clara: avançar para as oitavas e, quem sabe, alcançar as semifinais. O confronto contra o Marrocos apresenta um desafio duplo – enfrentar a equipe anfitriã, que conta com a torcida local e familiaridade com os campos, e ainda precisar de um resultado positivo para garantir a primeira colocação no grupo.
Especialistas como o analista da ESPN Brasil Carlos Moura apontam que a capacidade do Brasil de controlar a posse nas alas será decisiva. "Se a Amarelinha conseguir impor seu ritmo nos primeiros 15 minutos, tem grandes chances de abrir o placar", comenta Moura em entrevista à rádio. Por outro lado, a atacante Michele Santos, que lidera o ranking de gols da equipe nas fases de qualificação, destaca a importância de aproveitar as bolas paradas, uma arma que costuma render bons resultados nas competições juvenis.
O que vem pela frente
Se a Brasil avançar como primeiro ou segundo do Grupo A, enfrentará um dos vencedores dos grupos D, E ou F nas oitavas – exatamente a fase onde equipes tradicionais como Estados Unidos e Nigéria costumam mostrar força. O calendário apertado – jogos a cada três dias – exigirá rotação de elenco e cuidado com lesões, sobretudo nos joelhos, que são área sensível em atletas jovens.
Além da disputa esportiva, a presença da competição na África tem significado político e sociocultural: demonstra o compromisso da FIFA com o desenvolvimento do futebol feminino em regiões ainda pouco exploradas. Para o Brasil, a participação reforça a trajetória de fortalecimento da base feminina, que vem recebendo investimentos crescentes após a boa performance da seleção adulta nas Copas de 2023 e 2027.
Perguntas Frequentes
Como a expansão para 24 equipes afeta o Brasil?
Com mais vagas, a competição ganha diversidade de estilos e a fase de grupos fica menos previsível. Para o Brasil, isso significa enfrentar adversários inéditos, como a Costa Rica, e ter mais chances de avançar, já que ainda há quatro terceiros colocados que podem se classificar.
Quem são os principais nomes da Amarelinha para este torneio?
A atacante Michele Santos, artilheira nas eliminatórias, lidera o ataque, enquanto a zagueira Ana Clara Ribeiro assume a responsabilidade de organizar a defesa. No meio-campo, a volante Camila Oliveira tem sido destaque nos jogos de preparação.
Qual a importância do torneio para o desenvolvimento do futebol feminino no Brasil?
A competição oferece visibilidade internacional para jovens talentos, atrai patrocinadores e incentiva investimentos nas categorias de base. O sucesso da equipe pode acelerar a criação de ligas femininas regionais e ampliar o número de jogadoras em escolas e clubes.
Quais são as previsões de especialistas para o desempenho do Brasil?
Analistas do Globo Esporte apontam que, se a equipe mantiver a disciplina tática demonstrada na fase de concentração, tem boas chances de chegar às quartas de final. A chave será transformar a posse de bola em oportunidades de gol.
Quando e onde será a partida de abertura?
A estreia acontece no dia , às 13h (horário local), no Estádio Moulay Abdellah, em Rabat. O Brasil enfrenta a seleção anfitriã do Marrocos.
Jémima PRUDENT-ARNAUD
outubro 15, 2025 AT 23:02Olha, a questão central não está na torcida marroquina, mas sim na própria estrutura tática que a Amarelinha tem adotado. Se a equipe não conseguir exercer pressão alta nos primeiros minutos, vai ser só mais um ensaio de derrota. A lógica é simples: dominar as alas, fechar os espaços e forçar a falha adversária. Qualquer outro caminho seria um engano filosófico, uma ilusão de progresso que não se sustenta nas estatísticas.