O atacante João Marcelo, de 19 anos, integrante do elenco profissional do Clube Atlético Mineiro, foi retirado de campo aos 32 minutos do primeiro tempo da partida da ida da semifinal da Copa do Brasil Sub-20, Arena MRV, em Belo Horizonte, após sofrer uma luxação no ombro direito. O incidente ocorreu durante uma disputa de bola na lateral do campo de ataque, contra um jogador do São Paulo Futebol Clube. Ele foi atendido pelos médicos do clube, deixou o gramado com auxílio e recebeu cartão amarelo por hesitar em sair — um detalhe que passou despercebido na euforia da partida, mas que agora pode ter consequências práticas.
Lesão grave ou apenas desconforto?
O técnico da equipe sub-20 do Atlético-MG, Leandro Zago, foi cauteloso ao avaliar o quadro. "A princípio ele está sem dor, pode ter só saído do lugar. A questão é saber se teve alguma ruptura de ligamento, que é o que será investigado. Se romper ligamento... Mas como ele está sem dor e está confortável, a gente vai ver. Mas só teremos essa resposta amanhã ou na sexta-feira para saber se teremos ele no jogo da volta". A reavaliação médica está marcada para esta quinta-feira, 27 de novembro, com resultados finais esperados até sexta, 28. A incerteza é palpável: se for apenas luxação sem dano aos ligamentos, João Marcelo pode voltar em menos de 10 dias. Se houver rompimento, o prazo pode dobrar — e tirá-lo do jogo de volta e, possivelmente, do restante da temporada de base.A substituição foi feita por Kauã Pascini, jovem que vinha sendo usado como opção de profundidade. Mas o impacto no jogo foi maior do que a troca técnica sugere. O Atlético-MG, que já vinha lutando para controlar o ritmo do São Paulo, viu seu ataque perder o foco ofensivo. João Marcelo, com sua velocidade e capacidade de finalização, era o único jogador da equipe com experiência real no ataque profissional. Sem ele, o Galo perdeu a ameaça real de gol nos últimos 60 minutos da partida — que terminou em 1 a 0 para o time paulista.
Um jogador que quase não foi visto
João Marcelo chegou ao Atlético-MG em março de 2025, após se destacar no Guarani Futebol Clube, onde marcou nove gols em 16 jogos na Copa São Paulo e no Campeonato Paulista. Foi um dos principais alvos do mercado de base no início do ano. O Sport Club Corinthians Paulista tentou interferir na negociação, segundo Paulo Bracks, CSO do Atlético-MG, que chegou a criticar publicamente a postura do rival. "Eles tentaram atravessar uma negociação já fechada", disse na época. O clube mineiro venceu a disputa — e apostou no atacante como peça-chave para o futuro.Contudo, desde sua chegada, ele nunca começou como titular nem no elenco profissional — nem sob Cuca, nem sob Jorge Sampaoli. Em 11 jogos disputados (todos como substituto), apenas uma assistência. Era um jogador em observação, quase um "projeto". Mas na Copa do Brasil Sub-20, ele se tornou referência. E agora, justamente quando começava a ganhar espaço, sofre o tipo de lesão que pode mudar tudo.
O que está em jogo além do jogo
A semifinal da Copa do Brasil Sub-20 é mais do que uma competição. É um termômetro para o futuro. O Atlético-MG tem investido pesado em integração entre categorias de base e profissional — e João Marcelo era um dos exemplos mais claros disso. Seu nome já circulava entre os técnicos do elenco principal como possível reforço para o segundo semestre de 2026. A lesão, portanto, não afeta apenas o jogo da volta. Ela pode atrasar sua evolução, desacelerar sua transição e até abrir espaço para outros jovens que estavam na sombra.Além disso, o clube enfrenta pressão crescente para mostrar resultados nas categorias de base. A torcida exige mais do que títulos — quer identidade, visão de futuro. E João Marcelo, com seu perfil de centroavante moderno, era um símbolo dessa nova geração. Agora, o time precisa se adaptar sem ele. O jogo de volta, ainda sem data confirmada, mas previsto para ocorrer antes do fim de novembro, será decisivo. Se o Atlético-MG perder, a eliminação será dolorosa. Se vencer, a pergunta será: como farão sem seu principal atacante?
Um histórico de riscos e recompensas
Lesões em atletas jovens são, infelizmente, comuns. Mas o que torna este caso particular é o momento. João Marcelo estava no ponto mais alto de sua visibilidade. Era o único jovem do elenco sub-20 com experiência no profissional. Seu desempenho contra o São Paulo, antes da lesão, tinha chamado a atenção de observadores do futebol nacional. O técnico Jorge Sampaoli, que já havia elogiado sua movimentação sem bola, estava de olho. Agora, tudo fica em suspenso.Na história do Atlético-MG, muitos jogadores que começaram nas categorias de base tiveram trajetórias interrompidas por lesões. Alguns voltaram mais fortes. Outros nunca mais foram os mesmos. O clube já passou por isso com Léo Cittadini, Lucas Piazon, e mais recentemente, Matheus Cunha. Todos enfrentaram momentos críticos. O desafio agora é manter a confiança em João Marcelo — mesmo que ele não entre em campo nos próximos dias.
Frequently Asked Questions
Qual é o impacto da lesão de João Marcelo no elenco profissional do Atlético-MG?
Embora João Marcelo ainda não tenha estreado como titular no profissional, sua lesão pode atrasar sua integração no elenco principal. Ele era um dos jovens mais observados por Jorge Sampaoli, e sua recuperação lenta pode abrir espaço para outros atacantes, como Kauã Pascini ou até mesmo jogadores da categoria sub-23. A falta de profundidade no setor ofensivo do clube torna essa lesão ainda mais delicada.
O que acontece se João Marcelo não jogar o jogo de volta da semifinal?
Sem ele, o Atlético-MG perde seu principal referência ofensiva. O time já está em desvantagem por ter perdido o jogo de ida por 1 a 0. Sem um centroavante com sua velocidade e finalização, o time pode recorrer a jogadores mais técnicos, como Lucas Fernandes ou Kauã Pascini, mas a eficácia em áreas de perigo pode cair. A pressão para empatar e avançar será ainda maior.
Por que ele jogava na sub-20 se é profissional?
O Atlético-MG tem uma política de usar jogadores do elenco profissional em competições de base para dar experiência real e manter o ritmo competitivo. João Marcelo, apesar de ser profissional, ainda não tinha espaço no time principal. Jogar na sub-20 foi uma forma de mantê-lo em atividade e avaliá-lo em jogos de alto nível — algo que não acontece em treinos ou amistosos.
Quais são os próximos passos médicos do jogador?
A reavaliação está marcada para quinta-feira, 27 de novembro, com exames de ressonância magnética e avaliação ortopédica. A equipe médica do clube quer confirmar se houve ruptura de ligamentos ou apenas luxação. Se for apenas deslocamento, o retorno pode ser em 7 a 10 dias. Se houver dano ligamentar, o prazo sobe para 4 a 6 semanas — o que o tiraria do jogo de volta e da reta final da temporada de base.
Como o Atlético-MG lida com lesões de jovens promessas no passado?
O clube tem histórico de paciência com jovens lesionados. Léo Cittadini, por exemplo, voltou de uma lesão grave em 2016 e se tornou titular. Já outros, como Matheus Cunha, tiveram trajetórias interrompidas por múltiplas lesões e acabaram saindo. O Atlético-MG costuma manter jogadores por mais tempo que a média, mas só se houver perspectiva real de retorno. João Marcelo ainda está na fase de avaliação — e o clube não vai se precipitar.
Marcelo Serrano
novembro 29, 2025 AT 11:45Essa lesão tá doendo na alma, mano. João Marcelo estava pegando fogo na sub-20 e agora isso? O cara tá no momento certo, com confiança, e a gente vê tudo desmoronando em segundos. Espero que seja só luxação, porque se for ligamento... aí é outro mundo.
Sei que o clube tem paciência, mas a torcida tá esperando um símbolo, e ele era isso. Não é só um jogador, é a cara da nova geração.
Se ele voltar, vai ser o cara que a gente vai lembrar daqui 5 anos. Mas se não voltar... aí a gente perde mais do que um jogo.
Steven Watanabe
dezembro 1, 2025 AT 04:42Luxação sem ruptura é moleza. Se tiver rompido, é fim de carreira.
Tainara Souza
dezembro 1, 2025 AT 18:22É triste ver um garoto de 19 anos no ponto mais alto da visibilidade e ser derrubado por um lance de bola. Mas a gente também tem que lembrar: o futebol é assim. A vida não espera.
Se ele voltar, vai ser mais forte. Se não voltar, vai ser outro tipo de vitorioso - o que aprendeu a lidar com a adversidade. O Atlético-MG tem que apoiar ele, não só como jogador, mas como pessoa.
Samuel Oka
dezembro 3, 2025 AT 15:55Se vocês acham que ele era a salvação do Atlético, estão enganados. Ele tinha uma assistência em 11 jogos como substituto. Isso não é referência, é estatística de quem não tem espaço. O técnico só o colocou na sub-20 porque não sabia o que fazer com ele no profissional.
Agora que ele se machucou, todo mundo vira especialista. Mas o que ele fez antes disso? Nada. E não adianta romantizar uma lesão como se fosse um filme. É um acidente. E acidentes acontecem com jogadores que não são tão bons assim.
Rodrigo Lor
dezembro 5, 2025 AT 07:16Isso é o que acontece quando o clube coloca um garoto de 19 anos em uma competição de base como se fosse um treino. Ele não é um jogador de sub-20, é um profissional. Eles estão usando ele como isca para ganhar visibilidade e depois se esquecem quando ele se machuca.
Se o Atlético-MG tivesse um sistema decente de prevenção, isso não teria acontecido. Mas não, eles preferem jogar com o futebol de aventura e depois chorar quando dá errado. E o pior? O Zago nem tá preocupado com o futuro dele, só com o jogo da volta. Isso é um desastre organizacional.