Jogador mais caro da história do Chelsea perde aposta para colega após Palmeiras golear LDU por 4 a 0

Quando Moisés Caicedo acordou na manhã de 7 de novembro de 2025, o que ele viu na tela do celular não era apenas o placar de um jogo de futebol — era o fim de uma aposta cara, e não apenas em dinheiro. O meia equatoriano, Moisés Caicedo, o jogador mais caro da história do Chelsea FC, havia apostado um jantar com seu companheiro de equipe brasileiro, Andrey Santos, sobre o resultado da semifinal da CONMEBOL Libertadores 2025Allianz Parque. O placar final: Palmeiras 4 x 0 LDU. Caicedo não acreditou no que viu. "Eu não pude assistir ao jogo porque era muito tarde. Então, quando eu acordei e vi 4 a 0... Eu não conseguia acreditar!"

Uma aposta entre amigos, com raízes na América do Sul

A aposta era simples: Caicedo, que foi formado na base do Liga Deportiva Universitaria de Quito e jogou 67 partidas pelo clube equatoriano entre 2019 e 2021, jurava que sua antiga equipe não perderia no Brasil. "Disse que era impossível a LDU perder no Brasil contra o Palmeiras", contou ele à ESPN Brasil. Já Andrey Santos, nascido em São Paulo e ex-jogador do Clube de Regatas Vasco da Gama, apostou no time brasileiro — mesmo nunca tendo vestido a camisa do Palmeiras. "Ele me deu um abraço e disse: 'Você vai pagar o jantar, irmão'. Eu só sorri", revelou Santos em entrevista exclusiva.

A partida, que começou às 0h30 (horário de Londres), foi um pesadelo para Caicedo. Enquanto ele dormia em sua casa em Londres, o Palmeiras, com gols de Dudu, Endrick, Lucas Veríssimo e Bruno Guimarães, desmontava a defesa da LDU com uma autoridade rara em jogos de mata-mata. O resultado não só eliminou os equatorianos da competição mais importante da América do Sul, como também colocou o clube fundado em 1914 na final da Libertadores — pela quinta vez em sua história.

Do Equador à Inglaterra: o peso de uma transferência histórica

Moisés Caicedo, nascido em 2 de novembro de 2001 em San Lorenzo, Equador, chegou ao Chelsea em agosto de 2023 por £115 milhões (cerca de R$ 715 milhões na época), superando até mesmo o recorde de Romelu Lukaku. Foi o maior investimento da história do clube londrino em um único jogador. Mas o valor não se reflete apenas nos números — ele carrega a expectativa de ser o próximo grande nome da seleção equatoriana e da Premier League. No entanto, o que ele viveu na madrugada de 7 de novembro foi um lembrete: o futebol não obedece a contratos de transferência. A paixão por um clube, mesmo depois de deixá-lo, pode pesar mais que qualquer contrato.

Andrey Santos, por outro lado, tem uma trajetória diferente. Nascido em 17 de setembro de 2004, foi adquirido pelo Chelsea em janeiro de 2023 por £18,1 milhões. Passou a temporada de 2023-24 emprestado ao RC Strasbourg Alsace, na Ligue 1, onde marcou 3 gols em 32 jogos e se tornou peça-chave na meia-campo francesa. Sua estreia no Chelsea veio apenas na temporada seguinte, mas sua influência no vestiário já é notável — especialmente entre os jogadores latino-americanos.

Um jogo que mudou o rumo de duas histórias

A vitória do Palmeiras não foi apenas um triunfo esportivo. Foi um momento histórico para o clube paulista, que agora enfrenta o Boca Juniors na final da Libertadores, em busca do segundo título continental em quatro anos. Já para a LDU, a eliminação foi um duro golpe. O clube equatoriano, que chegou à final da competição em 2008, não avançava além das semifinais desde então. A derrota por 4 a 0 foi a pior em casa na história da equipe em jogos da Libertadores.

Caicedo, mesmo com o pesar da aposta, não escondeu o orgulho pela LDU. "Eles jogaram com coragem, mas o Palmeiras estava em outro nível. Foi um time de verdade." Ele também reconheceu a qualidade do adversário: "Endrick é o futuro do futebol. E Dudu? Ele ainda tem fogo nos pés, mesmo aos 37 anos."

Do vestiário do Chelsea à paixão sul-americana

O fato de dois jogadores do Chelsea, de origens tão distintas, terem feito uma aposta sobre um jogo da Libertadores mostra algo profundo: o futebol sul-americano ainda move corações mesmo à distância. Caicedo, que cresceu nos arredores de Quito, vendo os jogos da LDU no estádio Casa Blanca, não esconde que sente saudade. "É meu lar. Meu primeiro time. Meu primeiro sonho." Já Andrey Santos, que já foi chamado de "o brasileiro que não joga no Palmeiras, mas torce como se jogasse", disse que a aposta foi feita "com carinho, não com ódio". "Eu respeito a LDU. Mas eu sou brasileiro. E o Palmeiras é o time que me faz vibrar quando estou longe de casa."

O que vem a seguir?

A final da Libertadores 2025 será disputada em 30 de novembro, em Montevidéu. Se o Palmeiras vencer, será o sexto título do clube e o terceiro da década. Já Caicedo e Santos voltam ao trabalho com o Chelsea na Premier League, onde o time busca se recuperar de uma temporada irregular. Mas o jantar que Caicedo vai pagar? Ele já anunciou: será no melhor restaurante de Londres. "E vou convidar o Andrey para levar a família dele. Não quero parecer mau-caráter."

Enquanto isso, a imagem dos dois jogadores, celebrando o título do Mundial de Clubes em 2025, continua circulando nas redes sociais — agora com legendas como: "Quem ganhou a aposta? O Palmeiras. Quem ganhou a amizade? O Chelsea."