A Ambiciosa Jornada de The Brutalist: Arte e Alienação nos EUA

Brady Corbet apresenta em *The Brutalist* (2024) um drama de proporções grandiosas que mescla a estética clássica de Hollywood com questões modernas, como imigração e identidade artística. O filme retrata a história de **László Tóth**, um arquiteto húngaro-judeu, pioneiro do design brutalista, que se muda para os Estados Unidos com sua esposa, **Erzsébet**, fugindo da Europa durante o regime nazista.
Filmado em VistaVision 70mm, o longa é um aceno para a grandeza cinematográfica dos anos 1950, inclusive com um relógio de intermission, que transporta o espectador para uma época de cinemas mais caprichosos. Contudo, a ambição de sua duração estendida de 3 horas e 30 minutos parece algumas vezes descompassar o andamento narrativo. O diretor Corbet mergulha na luta de Tóth para adaptar sua visão arquitetônica de vanguarda ao ethos conservador da América, onde seu trabalho é apropriado e diluído por interesses capitalistas.
Um dos principais conflitos no filme é entre Tóth e seu patrono, **Harrison**, um magnata do setor mobiliário que visa explorar o talento do arquiteto. Enquanto a primeira metade do filme equilibra humor e idealismo, a segunda adentra o terreno da desilusão do protagonista, exacerbada por seu vício em heroína e o impacto emocional de sua alienação cultural.
Apesar de os críticos reconhecerem a ousadia do projeto, apontam para problemas de ritmo e um epílogo excessivamente didático, que às vezes prejudica a narrativa centrada nos personagens. *The Brutalist* é, por sua própria natureza, uma obra que busca desafiar e encantar, oferecendo uma reflexão sobre a complicada dança entre inovação artística e as limitantes estruturas da sociedade capitalista.