Alexandre de Moraes é vaiado em jogo do Corinthians após sanções dos EUA

Alexandre de Moraes é vaiado em jogo do Corinthians após sanções dos EUA ago, 1 2025

Ministro do STF enfrenta hostilidade após sanções dos EUA

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), virou o centro de polêmica e protestos em São Paulo no dia 31 de julho de 2025. Horas antes de aparecer em público no estádio do Corinthians, Moraes já estava nas manchetes, não pelo futebol, mas pelo peso das sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos.

As sanções, anunciadas em 30 de julho, congelaram ativos e contas de Moraes nos EUA e proibiram o ministro de pisar no território americano. A justificativa da administração americana? Classificaram Moraes como um 'juiz ativista', acusação que inflamou ainda mais o cenário político já tenso entre Brasília e Washington. O episódio rapidamente ultrapassou os muros do Judiciário brasileiro e mexeu com o imaginário coletivo do país.

Ao chegar à Neo Química Arena, casa do Corinthians, Moraes foi recebido de maneira nada amistosa. Vídeos capturaram parte da torcida vaiando o ministro — uma cena que ilustrou o grau de polarização em torno da figura dele e das decisões judiciais recentes. Moraes desponta como personagem central nas investigações sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados, assunto que dividiu não só políticos, mas famílias e torcidas pelo Brasil afora.

Não faltaram demonstrações de apoio também. Pequenos grupos tentaram aplaudir a presença do ministro, mas as vaias dominaram o ambiente. O estádio, já conhecido pela paixão e pressão de sua torcida, virou palco de um conflito reflexo da política nacional, mostrando que futebol e política seguem inseparáveis no país.

Sanções acirram clima entre Brasil e Estados Unidos

O governo brasileiro foi rápido na resposta. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não economizou críticas, dizendo que as sanções dos EUA representam interferência direta na soberania do Brasil e, especialmente, na independência do Judiciário nacional. Outros membros do Executivo engrossaram o discurso, temendo que o gesto possa criar um precedente perigoso entre as nações.

Do outro lado, diplomatas americanos mantiveram a justificativa de que a medida busca proteger princípios democráticos e reagir ao que chamaram de "excessos judiciais" no Brasil. A decisão reforçou a narrativa polarizada: de um lado, quem vê Moraes como defensor da ordem democrática; de outro, quem o considera protagonista de uma escalada autoritária no Judiciário.

Além das consequências políticas e jurídicas, as sanções dos EUA abriram um novo canal de desgaste diplomático. Já há discussões sobre possíveis retaliações, revisão de acordos bilaterais e até debates sobre os limites das relações internacionais em casos que envolvem autoridades dos dois países.

Com esse episódio, Alexandre de Moraes deixa claro que sua atuação ultrapassa tribunais e tem impacto direto nas ruas — e até nas arquibancadas. Em um país onde o futebol serve como termômetro da sociedade, sua recepção no estádio foi mais do que um protesto esportivo: mostrou o tamanho do racha provocado por sua figura. E tudo indica que esse clima vai continuar dominando rodas de conversa, jornais e redes sociais por um bom tempo.