Tremembé: Onde estão os criminosos que inspiraram a série após a estreia?

Tremembé: Onde estão os criminosos que inspiraram a série após a estreia? nov, 5 2025

A série Tremembé, estreada em 31 de outubro de 2025 na Prime Video, não apenas conquistou o topo das listas de mais assistidas no Brasil — ela também reacendeu uma pergunta incômoda: onde estão os verdadeiros criminosos que serviram de inspiração? A produção, criada pela Amazon Studios com Vera Egito como showrunner e baseada nos livros do jornalista Ulisses Campbell, não é um documentário. Mas, ao misturar nomes reais com personagens fictícios, fez o público se perguntar: o que aconteceu com eles depois das câmeras saíram da prisão?

Uma prisão que virou palco da fama

A Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, conhecida como "presídio dos famosos" por abrigar alguns dos criminosos mais notórios do Brasil, nunca foi tão discutida. Localizada no interior de São Paulo, a unidade prisional passou a ser sinônimo de paradoxos: um lugar de punição, mas também de reconstrução, onde ex-convictos como Suzane von Richthofen frequentam aulas de Direito e têm filhos recém-nascidos. A série, com Marina Ruy Barbosa no papel principal, retrata a vida dentro dos muros com um tom dramático, mas a realidade é ainda mais complexa.

Quem ainda está preso? Os casos que não têm escape

Entre os nomes retratados, apenas dois permanecem atrás das grades: Roger Abdelmassih e Lindemberg Alves. O ex-médico, condenado a 181 anos por estuprar pacientes em consultórios, teve todos os pedidos de detenção domiciliar negados. A Justiça considera seu risco de reincidência extremo. Seu primeiro dia de liberdade, caso tudo ocorra conforme a lei, será em 2047 — quando ele terá 104 anos. Ninguém espera que ele saia vivo.

Já Lindemberg, condenado por torturar e matar a ex-namorada Eloá Pimentel em 2008, teve sua pena reduzida em 109 dias em março de 2025. Mas a liberdade condicional que ganhou em 2023 foi revogada após uma nova análise da Justiça. Hoje, ele só tem direito a saídas temporárias anuais. Sua situação é um espelho da ambiguidade do sistema: punido, mas não esquecido. A cada liberação, a sociedade se divide — uns pedem mais rigor, outros defendem o direito à reinserção.

Os que saíram: vida após a prisão

Enquanto isso, outros nomes da série já estão livres — e vivendo entre o anonimato e a curiosidade pública. Suzane von Richthofen, que cumpriu 23 anos por ordenar o assassinato dos pais em 2002, está em liberdade condicional desde 2023. Casada com o médico Felipe Zecchini Muniz, mãe de um menino nascido em janeiro de 2024, ela estuda Direito pela manhã em uma universidade particular no interior de São Paulo. Fotos dela nas aulas vazam nas redes — e geram indignação e compaixão em igual medida.

Os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos, que executaram os assassinatos por ordem de Suzane, também estão em liberdade condicional desde 2023. Ambos evitam entrevistas, mas são vistos ocasionalmente em bairros residenciais de São Paulo, sem identificação. O mesmo vale para Elize Matsunaga, que esquartejou o marido em 2010 — hoje ela vive sob vigilância eletrônica e trabalha como assistente administrativa em uma clínica, segundo fontes da Secretaria de Administração Penitenciária.

Outros nomes da lista incluem Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá, condenados pela morte da pequena Isabella Nardoni em 2008. Eles também estão em liberdade condicional desde 2023, mas não são vistos em público. A família da vítima ainda pede justiça — e a série trouxe o caso de volta à tona.

Quem já saiu — e o que isso significa

Quem já saiu — e o que isso significa

O ex-prefeito Acir Fillo, condenado por lavagem de dinheiro, foi libertado em agosto de 2025 após cumprir quase nove anos. Ele agora vive em silêncio, sem declarações públicas. Já Robinho, o ex-jogador de futebol, continua preso na mesma unidade, cumprindo pena de nove anos por estupro coletivo — um caso que, apesar da fama, não foi incluído na série. E Ronnie Lessa, suspeito de participar do assassinato de Marielle Franco, está preso em outra unidade, mas sua ligação com Tremembé é histórica: ele foi transferido para lá em 2022, antes de ser movido para o sistema de segurança máxima.

A série não inventou nada. O escritor Ulisses Campbell garante: "As coisas mais absurdas da série realmente aconteceram." E isso é o que assusta. Não é a ficção que choca — é a realidade.

O que a série revelou sobre o sistema prisional

O impacto de Tremembé vai além das visualizações. Ela expôs como o sistema brasileiro lida com criminosos de alto perfil: alguns são esquecidos, outros são transformados em ícones. A liberdade condicional, que deveria ser um passo para a reinserção, muitas vezes vira um limbo. Ninguém sabe exatamente o que essas pessoas fazem, onde vivem, se realmente se arrependeram. A sociedade quer justiça, mas também quer saber — e às vezes, só quer ver.

A Justiça brasileira, por sua vez, parece dividida. Enquanto alguns juízes concedem liberdade com base em comportamento e reabilitação, outros insistem que crimes como os de Suzane ou Elize merecem prisão perpétua. A ausência de um programa nacional de reinserção torna tudo mais incerto. O que acontece quando um assassino se torna um estudante? Quando uma mulher que matou o marido vira mãe? A série não responde. Mas ela faz a pergunta — e isso já é um começo.

Quais são os próximos passos?

Quais são os próximos passos?

Em 2026, a Justiça deve analisar novos pedidos de progressão de regime para outros presos da série. Além disso, o Ministério da Justiça está avaliando a criação de um protocolo específico para ex-presidiários de alta visibilidade — algo que nunca existiu. O debate está apenas começando.

Frequently Asked Questions

Como Suzane von Richthofen conseguiu sair da prisão tão cedo?

Suzane cumpriu 23 anos de uma pena de 34 anos, e teve sua progressão de regime aprovada por avaliação psicológica e comportamental, conforme a legislação brasileira. Ela participou de programas de reeducação, não teve faltas graves e demonstrou arrependimento em audiências. A Justiça considerou que ela não representa mais risco à sociedade, mas sua liberdade é condicional e sujeita a monitoramento.

Por que Roger Abdelmassih ainda está preso, se outros saíram?

Roger foi condenado a 181 anos por estuprar dezenas de pacientes, e a Justiça entende que ele representa risco contínuo à integridade física e emocional de mulheres. Seus pedidos de detenção domiciliar foram rejeitados por especialistas que o classificam como um predador sexual crônico. A lei permite progressão, mas não obriga — e o sistema optou por manter sua prisão integral.

A série distorce a realidade dos crimes?

Não. O roteiro se baseou em processos reais, depoimentos públicos e arquivos do Ministério Público. Os nomes foram trocados para proteger identidades e evitar glamourização, mas os fatos — como o esquartejamento de Elize, o plano de Suzane e a crueldade de Lindemberg — são fiéis. A ficção está apenas na dramatização, não na veracidade.

O que acontece com esses ex-presidiários depois da liberdade?

Eles vivem sob monitoramento eletrônico, restrições de localização e proibição de contato com vítimas ou familiares. Muitos mudam de nome, se mudam para cidades pequenas e tentam se reinserir no mercado de trabalho. Mas o estigma é enorme. Alguns conseguem empregos informais; outros, como Suzane, estudam. Poucos são aceitos pela sociedade — e quase todos vivem em silêncio.

A série pode influenciar decisões judiciais futuras?

Sim. A pressão pública gerada por Tremembé já levou a pedidos de revisão de regime em outros casos. Juízes e promotores estão sendo questionados mais frequentemente sobre por que alguns presos saem e outros não. A série não mudou a lei, mas mudou o debate — e isso pode levar a reformas na política de reinserção.

18 Comentários

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    Cristiane L

    novembro 6, 2025 AT 02:59

    Eu não consigo entender como alguém que matou os próprios pais pode estudar Direito e virar mãe. A sociedade tá tão confusa que nem sabe mais o que é justiça.

    Se ela tivesse feito isso com alguém que não fosse rico, nem falaria disso. É tudo uma performance.

    Eu não sou a favor da prisão perpétua, mas esse caso é diferente. Ela planejou tudo. Não foi impulso. Foi frieza.

    E agora ela tá lá, com um filho, estudando? Sério?

    Quem garante que ela não vai fazer de novo? A psicologia não é uma bola de cristal.

    A série só mostrou a ponta do iceberg. Tem muito mais por trás das câmeras.

    Eu não quero que ela sofra, mas também não quero que ela viva como se nada tivesse acontecido.

    É fácil falar de reinserção quando você não é a vítima.

    Se ela tivesse matado um pobre, estaria ainda presa. E isso é o problema real.

    Não é sobre ela. É sobre quem tem direito a um segundo chance e quem não tem.

    E isso é classista. É racista. É tudo isso junto.

    Eu não tenho resposta. Só dói pensar que a justiça escolhe quem perdoa.

    Isso aqui não é redenção. É privilege.

    É só isso.

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    kang kang

    novembro 6, 2025 AT 03:58

    Broooooo, isso aqui é o maior paradoxo da humanidade 😵‍💫

    Uma mulher que planejou o assassinato dos pais tá fazendo faculdade, tem filho, e a gente discute se ela merece estar livre?

    E o cara que estuprou 50 pessoas? Preso pra sempre. Porque? Porque ele não tem rosto bonito? 🤡

    A sociedade ama um bom drama, mas odeia quando a realidade não bate com o filme que ela quer ver.

    Se a Suzane fosse negra, pobre, e morasse em favela, ela tá na cova há 15 anos.

    Isso aqui não é justiça. É reality show com direito a diploma.

    Quem tá errado? A lei? A sociedade? A Justiça? TUDO.

    Se a gente não mudar esse sistema, o próximo 'Tremembé' vai ser sobre um menino de 12 anos que roubou pão e virou herói nas redes por ter chorado na prisão.

    Estamos todos jogando papel no espelho e chamando de reflexão.

    É triste. É real. E é o nosso Brasil.

    Se alguém me pedir pra perdoar? Não. Mas se alguém me pedir pra entender? Talvez. Mas não agora.

    Estou cansado de ver justiça com filtro de Instagram.

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    gustavo oliveira

    novembro 7, 2025 AT 03:40

    Essa série foi um choque cultural. Nunca vi tanta gente discutindo prisão no Brasil como agora.

    Antes, só falavam de futebol e corrupção. Agora, tá todo mundo pensando: e se fosse meu irmão? E se fosse minha filha?

    Isso aqui é o primeiro passo pra uma mudança real.

    Não adianta só gritar 'presídio é lugar de sofrer'. A gente precisa de programas de reinserção, de emprego, de psicólogos, de escola dentro das cadeias.

    Se você coloca um cara lá por 20 anos e depois joga ele na rua sem nada, é só esperar ele voltar.

    Na Europa, eles fazem isso direito. Aqui? Nada.

    Eu trabalho com reabilitação de ex-presidiários. Já vi gente que matou cometer crime de novo. E já vi gente que matou virar professor.

    É difícil. É doloroso. Mas é possível.

    Se a gente não der chance, ninguém muda.

    Se a gente só punir, a gente só alimenta o ciclo.

    Quem quer justiça, tem que querer também reconstrução.

    Se não, estamos só fazendo teatro com sangue.

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    Caio Nascimento

    novembro 7, 2025 AT 16:00

    Essa série, por mais bem feita que seja, é perigosa. Porque ela transforma criminosos em personagens trágicos, e não em responsáveis por atos atrozes.

    Quando a gente vê Suzane estudando, a gente esquece que ela mandou matar os próprios pais.

    Quando a gente vê Elize trabalhando, a gente esquece que ela esquartejou o marido.

    Isso é glamourização disfarçada de humanização.

    As vítimas não têm rosto. Não têm nome. Não têm voz.

    E os familiares? Eles estão vivendo isso todos os dias.

    Se a Justiça quer reinserir, que seja com controle, não com celebração.

    Essa série não deveria ter sido feita. Não nesse formato.

    É um espetáculo. E espetáculos não resolvem problemas.

    Eles apenas os tornam mais bonitos para a câmera.

    Isso é ético? Não.

    É humano? Talvez. Mas não justo.

    Quem lucra com isso? A Amazon. E a sociedade, que consome como se fosse um reality.

    Eu não quero ver mais isso.

    Eu quero justiça. Não drama.

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    Rafael Pereira

    novembro 9, 2025 AT 02:57

    Eu sei que parece difícil, mas tenta ver por outro lado.

    Ninguém aqui é perfeito. Ninguém merece ser tratado como lixo, nem mesmo quem fez coisas terríveis.

    Se a gente não der chance pra ninguém mudar, a gente nunca vai ter uma sociedade melhor.

    Eu já trabalhei com reabilitação. Vi cara que matou virar voluntário em ONGs.

    Vi gente que estuprou, e hoje ajuda crianças em abrigo.

    Isso não é perdoar. É acreditar que as pessoas podem mudar.

    Claro, tem que ter controle. Monitoramento. Acompanhamento.

    Mas não pode ser só prisão e esquecimento.

    Se você coloca um cara lá por 20 anos e depois joga ele na rua sem nada, ele vai voltar.

    Se você dá uma chance, ele pode se tornar alguém melhor.

    Eu não sou inocente. Eu não esqueço o que eles fizeram.

    Mas eu acredito que a gente pode ser melhor que isso.

    Se a gente não tentar, quem vai tentar?

    A sociedade precisa de mais esperança. Menos ódio.

    E mais compreensão. Mesmo que seja difícil.

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    Naira Guerra

    novembro 9, 2025 AT 18:04

    Isso aqui é uma piada. Uma piada cruel.

    Uma assassina que matou os pais com um plano frio e calculado, agora é mãe e estudante?

    Quem decidiu que ela merece isso?

    As crianças que ela matou? Elas não tiveram direito a nada.

    Os pais dela? Eles foram torturados antes de morrer.

    E agora, ela tá com um diploma? Com um filho? Com uma vida?

    Isso não é justiça. É um insulto.

    Se ela tivesse matado um pobre, estaria morta.

    Essa é a verdade. E ninguém quer falar.

    Eu não quero que ela sofra. Eu quero que ela nunca mais respire o mesmo ar que eu.

    Reinserção? Não. Ela não merece. Ninguém que faz isso merece.

    Se a sociedade perdoa isso, então não vale a pena ser bom.

    Porque no fim, o mal vence. E o bem é só um ingênuo.

    Isso aqui não é série. É uma declaração de guerra contra a moral.

    Eu não assisti. Mas já me arrependo de ter lido isso.

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    Francini Rodríguez Hernández

    novembro 10, 2025 AT 23:32

    mano, isso aqui é tipo um filme da netflix mas real e pior 😭

    eu vi o episódio da suzane e fiquei tipo... eita, ela é bonita, estuda, tem filho, mas... ela matou os pais???

    ai eu fui procurar e descobri que o cara que estuprou 50 mulheres tá preso pra sempre e ela tá livre??

    isso não é justo, é tipo um sistema que só perdoa quem tem dinheiro e beleza

    eu não quero que ela sofra, mas também não quero que ela viva como se nada tivesse acontecido

    se ela fosse preta, pobre e morasse em periferia, tava enterrada a 10 anos

    isso aqui é racismo, classismo, tudo junto

    mas... e se ela realmente mudou? e se ela tá tentando?

    ai eu fico confusa

    eu não sei o que acho

    mas sei que tá tudo errado

    porque ninguém fala da vítima

    ninguém lembra da mãe dela

    ninguém lembra que ela tava viva antes

    agora só tem a suzane

    e isso é triste

    eu quero justiça

    mas também quero que a gente não vire monstro

    mas não sei como equilibrar isso

    me ajuda, alguém?

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    Manuel Silva

    novembro 12, 2025 AT 05:34

    Tem um erro aqui que ninguém tá falando.

    A série diz que os casos são reais, mas os nomes foram trocados pra evitar glamourização.

    Então por que a gente sabe exatamente quem é quem?

    Porque a mídia já vazou tudo.

    Então a proteção é falsa.

    E aí a gente vira espetáculo mesmo.

    Outra coisa: o Roger Abdelmassih tá preso por estupro, e a gente nem discute isso.

    Porque ele é velho? Porque ele é médico? Porque ele é branco?

    Quando a vítima é pobre, a gente esquece.

    Quando é rica, vira caso nacional.

    Isso aqui não é justiça.

    É seleção.

    Se você é rico, você tem direito a redenção.

    Se você é pobre, você tem direito a esquecimento.

    Isso é o que a série não mostra.

    E é o que mais importa.

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    Flávia Martins

    novembro 12, 2025 AT 21:41

    suzane tem filho agora e isso me deixa com medo

    não por ela

    mas por tudo que isso representa

    se ela pode ser mãe depois de matar os pais

    o que isso diz sobre o que a gente valoriza?

    eu não sei

    mas eu sinto que algo tá errado

    se ela tivesse matado uma criança

    teria sido diferente

    mas matar os pais? isso é tabu

    e agora ela tá sendo abraçada

    porque é bonita

    porque estuda

    porque é rica

    isso não é justiça

    é um espetáculo

    e eu não quero ver mais

    mas também não consigo desligar

    é como ver um acidente

    voce não quer

    mas não consegue olhar pra outro lado

    isso é o que a série fez

    nos tornou curiosos

    e não justos

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    José Vitor Juninho

    novembro 13, 2025 AT 22:31

    Eu não consigo julgar. Não depois de ver tudo isso.

    Eu vejo Suzane como uma pessoa que fez algo terrível.

    E também vejo uma mulher que cresceu, se arrependeu, e está tentando.

    Eu não sei se merece liberdade.

    Eu só sei que se a gente não der chance, a gente nunca vai saber se ela realmente mudou.

    Eu já vi gente que matou se tornar bom.

    E eu já vi gente que nunca fez nada errado virar um monstro.

    É complicado.

    Quem sou eu para dizer se ela merece ou não?

    As vítimas? Elas não estão aqui pra falar.

    E os filhos dela? Eles não escolheram nascer.

    Se a gente punir eternamente, a gente não está fazendo justiça.

    Estamos fazendo vingança.

    Eu não quero vingança.

    Eu quero paz.

    Para todos.

    Inclusive para quem errou.

    Porque se a gente não acredita em mudança, então a gente não acredita em nada.

    E isso é pior do que qualquer crime.

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    Maria Luiza Luiza

    novembro 14, 2025 AT 12:15

    Ah, claro. A assassina rica virou mãe e estudante. Que lindo.

    E o cara que roubou um pão? Preso por 15 anos.

    Claro, porque ele não tem Instagram.

    Essa série é o maior golpe da história da justiça brasileira.

    Elize esquartejou o marido, mas agora trabalha em clínica? Sério?

    Quem acha que isso é redenção, é ingênuo.

    É glamourização disfarçada de jornalismo.

    Se eu matasse alguém, seria presa.

    Se ela matasse, vira protagonista de uma série da Amazon.

    Isso não é justiça.

    É um show de talentos com sangue.

    Quem assiste isso e acha bonito? Vai se ver no espelho.

    Essa sociedade tá doente.

    E a gente ainda acha que é civilizada.

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    Sayure D. Santos

    novembro 15, 2025 AT 21:20

    A estrutura do sistema penal brasileiro é profundamente desigual e hierárquica. A progressão de regime não é um mecanismo de reabilitação, mas um instrumento de seleção social.

    Os sujeitos de alta visibilidade midiática são submetidos a um tratamento diferenciado, em que a performance de arrependimento é mediada por capital simbólico.

    As vítimas, por sua vez, permanecem silenciadas, desprovidas de agência narrativa.

    A série, ao operar como dispositivo de visibilidade, reproduz a lógica da espetacularização da dor.

    Não há justiça restaurativa. Há consumo de sofrimento.

    É preciso desmontar o paradigma da redenção individual e construir políticas públicas de reintegração estrutural.

    Senão, continuaremos a reproduzir a violência simbólica sob a máscara da empatia.

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    Gustavo Junior

    novembro 17, 2025 AT 19:09

    Essa série é um ataque direto à moral da sociedade.

    Uma assassina virar mãe? Um estuprador preso pra sempre? Isso é o que a justiça quer?

    Se você é rico, você tem direito a um segundo chance.

    Se você é pobre, você morre na cadeia.

    Isso não é sistema. É uma farsa.

    E a gente ainda acha que é justo?

    Quem acha que Suzane merece liberdade? Vai falar com os pais dela.

    Com os filhos das vítimas.

    Com as mulheres que ele estuprou.

    Essa série não é sobre justiça.

    É sobre quem tem o direito de ser visto.

    E a gente caiu de cabeça.

    Parabéns, Brasil. Vocês viraram um reality show de crimes.

    E a gente tá aqui, assistindo.

    Como se fosse normal.

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    Henrique Seganfredo

    novembro 19, 2025 AT 07:33

    Brasil é um país de hipócritas.

    Querem justiça, mas só para os pobres.

    Querem redenção, mas só para os ricos.

    Essa série é o espelho do que somos.

    Não precisamos de reformas.

    Precisamos de vergonha na cara.

    Se você matou, fica preso.

    Se você é rico, estuda.

    Se você é pobre, morre.

    É assim.

    Não tem mais o que falar.

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    Marcus Souza

    novembro 20, 2025 AT 09:20

    mano, eu tô vendo isso e me lembro do meu tio que foi preso por roubar comida pra filha dele

    ele tá lá há 12 anos

    e a suzane tá lá por 23 e agora tá com filho e estudando?

    isso não é justo

    mas também não é só sobre isso

    eu acho que a gente precisa de mais oportunidades pra todo mundo

    não só pra quem tem dinheiro

    se a gente investisse em educação, emprego, saúde

    talvez a gente não tivesse tantos crimes

    o sistema tá quebrado

    mas a gente não pode só apontar o dedo

    tem que mudar

    é difícil

    mas tem que tentar

    porque se a gente não fizer nada

    o ciclo continua

    e o próximo vai ser o filho de alguém que nunca teve chance

    e aí a gente vai falar a mesma coisa

    mas dessa vez, ninguém vai ver

    porque não tem série

    porque não tem câmera

    porque não tem fama

    e aí a gente esquece

    e aí a gente vira parte do problema

    é isso que me assusta

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    Leandro Moreira

    novembro 20, 2025 AT 10:46

    Essa série é um erro. Um erro monumental.

    Transformar criminosos em heróis trágicos é o pior que a mídia pode fazer.

    Isso não é jornalismo.

    É manipulação.

    Se a gente quer justiça, não queremos drama.

    Queremos verdade.

    E a verdade é que alguns não merecem perdão.

    Alguns só merecem esquecimento.

    E essa série não esquece.

    Ela celebra.

    E isso é o mais perigoso de tudo.

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    Geovana M.

    novembro 21, 2025 AT 22:25

    eu assisti a série e fiquei tipo... e daí?

    o que eu tô esperando? que eles se arrependam?

    ou que a gente esqueça?

    o problema é que a gente não esquece

    e também não perdoa

    então a gente só fica olhando

    como se fosse um acidente de carro

    ninguém para pra ajudar

    ninguém fala nada

    todo mundo só tira foto

    e depois posta

    com hashtag de justiça

    mas ninguém faz nada

    é só entretenimento

    é só isso

    é triste

    mas é verdade

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    Rafael Pereira

    novembro 23, 2025 AT 06:56

    Eu li todos os comentários aqui.

    Alguns me fizeram chorar.

    Outros me fizeram ficar com raiva.

    Um deles disse que se a Suzane fosse pobre, estaria morta.

    E isso é verdade.

    Eu não quero que ela sofra.

    Eu quero que ela entenda o que fez.

    E eu quero que a sociedade entenda que não é só sobre ela.

    É sobre todos os que ninguém vê.

    É sobre os que não têm rosto.

    É sobre os que não têm voz.

    Se a gente só fala dos famosos, a gente nunca muda.

    Se a gente só olha para um, a gente esquece todos os outros.

    Essa série não é o fim.

    É só o começo.

    E o começo é sempre o mais difícil.

    Porque a gente tem que escolher.

    Se queremos justiça.

    Ou só espetáculo.

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